Extraído do site E.EDUCACIONAL
"Eu tive três grandes professores. Um foi o Mário Henrique Simonsen, que era excepcional. O segundo excepcional professor que eu tive foi o Amartya Sen, que ganhou o Prêmio Nobel de Economia há alguns anos. O terceiro foi um romeno radicado nos EUA chamado Nicolas Georgescu-Roegen, que quase ganha o Prêmio Nobel. E esse foi disparado o melhor. Ele, diante das novas teorias pedagógicas, seria massacrado, porque ele era um homem brutal, tratava seus alunos da forma mais cruel possível, com as melhores intenções. E era um professor que, quanto melhor o aluno, pior ele tratava. Era um professor que se dedicava a fundo aos seus melhores alunos e, apesar de ter uma boa alma, torturava-os para que produzissem mais e mais e mais. Ele também foi uma pessoa que me deu grandes lições, de não ficar com muitas coisas na superfície, mas de voltar às idéias fundamentais. Logo que eu cheguei à faculdade para fazer o doutorado, ele me viu na biblioteca com um monte de livros. Ele passou por mim, olhou os livros um por um e disse (fala caprichando no sotaque): 'Mr. Castro, o senhor lê demais e entende de menos. O senhor precisa ler menos e entender mais.' E essa foi uma das grandes lições: foco, concentração, entender profundamente algumas poucas idéias e não fingir que entende um número colossal delas. E para mim, fruto do ensino brasileiro, que é o ensino de fingir que entende tudo, essa foi a grande lição: aprender pouco, mas bem."

* Cláudio de Moura e Castro é economista, escritor, mestre em Educação, Ph.D em Economia (Universidade de Vanderbild), possui mais de 30 livros publicados e é articulista da revista Veja.
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